É normal os orçamentistas receberem uma tabela ou projeto com o somatório do concreto a ser usado na execução da estaca hélice contínua e passarem essa informação diretamente para os fornecedores orçarem. Mas, e se a conta não estiver exata?
Superconsumo, sobre-consumo, sobconsumo ou over-break. São vários nomes mas é comum o profissional não considerar a relação entre o volume real injetado e o teórico.
Essa situação acontece porque normalmente se faz a conta considerando a estaca como um cilindro perfeito. Ou seja, apenas calculando:
Volume = altura x π x raio2. Esse é o volume teórico.
Na prática o volume é maior pois:
2. Durante a execução da estaca o concreto é bombeado com pressão positiva que alarga o diâmetro real da estaca. Esse procedimento é necessário principalmente nas camadas de solo com baixa resistência, a exemplo das argilas moles.
3. A norma técnica orienta que a estaca hélice contínua deve ser preenchida até a superfície para garantir que está totalmente preenchida. Na prática a injeção só encerra quando o concreto transbordar para fora do furo.
4. Na última concretagem do dia é comum sobrar concreto no último caminhão betoneira.
Esses pequenos volumes excedentes do concreto podem elevar a orçamento para mais de 30%. Não há como fazer essa conta com precisão, o que vale é a experiência do projetista ao analisar a sondagem do solo e estimar um faixa provável de sobre-consumo que geralmente fica em torno de 20 a 30% a mais de concreto na conta.