[vc_row][vc_column][vc_column_text]É normal os orçamentistas receberem uma tabela ou projeto com o somatório do concreto a ser usado na execução da estaca hélice contínua e passarem essa informação diretamente para os fornecedores orçarem. Mas, e se a conta não estiver exata?
Superconsumo, sobre-consumo, sobconsumo ou over-break. São vários nomes mas é comum o orçamentista ou engenheiro da obra não considerar a relação entre o volume real injetado e o teórico.
Por exemplo, a pesquisa “Gargalos Produtivos” realizada pela Fundações Especiais mostrou que em uma obra de hélice contínua 62% do desperdício está no concreto.
Essa situação acontece porque normalmente se faz a conta considerando a estaca como um cilindro perfeito. Ou seja, apenas calculando:
Volume = altura x π x raio2. Esse é o volume teórico.
Na verdade a formula é:
Sobreconsumo = (Volume Teórico – Volume Utilizado x 100%)/ Volume Teórico[/vc_column_text][vc_column_text]Na prática o volume é maior pois:
- A pressão do concreto na ponta da estaca desloca o solo para baixo e para os lados. Este valor alto surge principalmente em camada de material desagregado e solo mole. A velocidade de penetração, extração e o tempo de execução são fatores importantes.
- Existe o material necessário para encher a “rede de concretagem” formada pelos mangotes que conectam a bomba até o topo da perfuratriz e ao trado. Antes de fazer a primeira estaca é preciso bombear concreto para verificar se não há entupimentos e se a linha está totalmente preenchida. Em caso de espera prolongada é recomendado renovar o concreto que está na rede para evitar que endureça. E no final do serviço o sistema é lavado com água e esse material se perde. Essa rotina se repete todos os dias ou sempre que for preciso retomar o serviço.
- Também vai depender da distância entre a bomba de concreto e o equipamento de hélice contínua. Dependendo do tamanho da obra, normalmente se coloca a bomba em um local fixo enquanto a hélice contínua se movimenta pelo terreno executando as estacas. Quanto mais distante, mais mangotes serão utilizados, portanto, mais concreto será utilizado.
- Durante a execução da estaca o concreto é bombeado com pressão positiva que alarga o diâmetro real da estaca. Esse procedimento é necessário principalmente nas camadas de solo com baixa resistência, a exemplo das argilas moles. Por exemplo, se o operador extrair o trado muito devagar, isso vai aumentar a pressão na ponta do trado e por consequência o sobreconsumo.
- A norma técnica orienta que a estaca hélice contínua deve ser preenchida até a superfície para garantir que está totalmente preenchida. Na prática a injeção só encerra quando o concreto transbordar para fora do furo.
- Na última concretagem do dia é comum sobrar concreto no último caminhão betoneira. Nós recomendamos planejar o uso desse concreto. Por exemplo, em uma obra de 8.393,20m de estaca hélice contínua foi possível economizar mais de R$ 550 mil reais investindo apenas R$ 1.000 reais, somente resolvendo os gargalos produtivos antecipadamente e mudando o processo executivo das estacas.
Esses pequenos volumes excedentes do concreto podem elevar a orçamento para mais de 30%. Não há como fazer essa conta com precisão, o que vale é a experiência do projetista ao analisar a sondagem do solo e estimar um faixa provável de sobre-consumo que geralmente fica em torno de 20 a 30% a mais de concreto na conta. Outro fator importante é a experiência do operador do equipamento ao executar a estaca obedecendo aos processos ao mesmo tempo em que evita desperdícios.[/vc_column_text][vc_single_image image=”2879″ img_size=”full” css_animation=”fadeInDown”][/vc_column][/vc_row]